Os Frutos da Cruz não se fizeram esperar. Um dos ladrões, depois de reconhecer os seus pecados, dirige-se a Jesus: Senhor, lembra-te de mim quando tiveres entrando no teu reino. Fala-lhe com a confiança que lhe outorga o fato de ser seu companheiro de suplicio. Viu seu comportamento desde que empreenderam a caminhada para o calvário: o seu silêncio impressionante; o seu olhar cheio de compaixão sobre a multidão que o cercava; a sua grande majestade no meio de tanto cansaço e dor.
As palavras que agora pronuncia não são improvisadas: exprimem o resultado final de um processo que se iniciou no seu íntimo desde o momento em que se encontrou ao lado de Jesus. Não necessitou de nenhum milagre para converter-se em discipulo de Cristo; bastou-lhe contemplar de perto o sofrimento do Senhor, como tantos outros que, ao longo dos tempos, também se convertiam ao meditarem nos episódios da Paixão relatados pelos evangelistas.
No meio de tantos insultos, o Senhor escutou emocionado essa voz que o reconhecia como Deus. Deve-lhe ter causado uma grande alegria, depois de tanto sofrimento. Em verdade te digo que hoje mesmo estarás comigo no Paraíso, disse-lhe.
A eficácia da Paixão não tem fim. Vem Inundando constantemente o mundo de paz, de graça, de perdão, de felicidade nas almas, de salvação. A redenção realizada uma vez por Cristo aplica-se a cada homem, com a cooperação da sua liberdade. Cada um de nós pode dizer de verdade: O filho de Deus amou-me e entregou-se por mim. Não por "nós" de modo genérico, mas por mim, como se eu fosse o único.
"Jesus Cristo quis submeter-se por amor, com plena consciência, inteira liberdade e coração sensível... Ninguém morreu como Jesus Cristo, porque Ele era a própria Vida. Ninguém expiou o pecado como Ele, porque Ele era a própria Pureza". Nós recebemos agora copiosamente os frutos daquele amor de Jesus na Cruz. Só o nosso " Não querer" pode tornar vã a Paixão de Cristo.
"Ama o sacrificio, que é fonte de vida interior. Ama a Cruz, que é altar do sacrificio. Ama a dor, até beberes, como Cristo, o cálice até a ultima gota."
No Louvor de Deus, Clauner.
Nenhum comentário:
Postar um comentário